Revista Vitória

Wednesday, October 12, 2005

A pressa é inimiga da responsabilidade

Júnia Leticia

No jornalismo, o que se persegue com ardor é a notícia e, quanto mais rápida a sua veiculação (principalmente se for uma matéria exclusiva), maior será o lucro para o meio que a veicula. Lucro, sim, pois os meios de comunicação, em sua quase totalidade, buscam o retorno financeiro, o status de ser o mais competente, o mais preciso entre seus concorrentes.

Essa corrida em busca da notícia, por vezes desleal, e, o que é mais grave, pode desencadear erros com graves conseqüências, tanto para quem a divulga, quanto para o sujeito da divulgação. São casos em que, devido à pressa, não se averiguam cuidadosamente as fontes, acabando por distorcer informações, ou mesmo criá-las.

No Brasil, um dos erros de maior repercussão foi o que afetou a Escola de Base, em São Paulo, que expôs seus proprietários como suspeitos de abusar sexualmente de seus alunos. O que era uma suspeita por parte da polícia, na imprensa foi tratado como acusação, ganhando destaque nacional. Terminadas as investigações, averiguou-se que os “acusados” pela imprensa eram inocentes. Ou seja, os meios de comunicação acabaram sendo responsáveis pela destruição da reputação de pessoas sem culpa, acarretando problemas financeiros e psicológicos para elas.

É de conhecimento geral que os fatos no mundo estão ocorrendo a uma velocidade impressionante e as novas tecnologias empregadas nos meios de comunicação acirram a corrida em busca do tão ansiado furo jornalístico. No entanto, o jornalista deve estar ciente de que a pressa não justifica atitudes irresponsáveis. É inegável a força da imprensa, sendo, portanto, enorme a carga de cuidados que precisam ter os jornalistas ao veicular uma informação. Ao jornalista cabe promover o crescimento social, não a derrocada da sociedade em geral.

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